domingo, 5 de abril de 2009

PM não possui psiquiatras e psicólogos para tratar e avaliar a tropa

Economia, NoMinuto.com / www.nominuto.com
Matéria publicada em 17 de março de 2009

Durante audiência pública na CMN diretor do Hospital da Polícia diz que há dois anos aguarda liberação para realização de concurso público.
“Não existe médicos psiquiatras ou psicólogos nos quadros do Departamento de Saúde da Polícia Militar”. Foi o que afirmou o Diretor do Hospital Cel. Pedro Germano, Roberto Duarte Galvão, durante a audiência pública realizada nesta terça-feira na Câmara Municipal de Natal.

Proposta pela vereadora Sargento Regina (PDT), a audiência teve como finalidade debater a saúde física e mental dos policiais militares e bombeiros militares do Estado, que hoje enfrentam a falta de estrutura das unidades médicas militares e com o descaso dos profissionais que fazem parte da Junta Médica.

Contando com cerca de oito mil homens na ativa, a PM possui um grande número de policiais que fazem tratamentos psicológicos em decorrência do estresse pelo contato direto com a violência. São casos de síndrome de pânico, estresse pós-traumático, transtornos bipolares, entre outros tantos relatados pelos policiais presentes.

Um dos casos mais fortes foi o relato pelo Soldado Raimundo Medeiros. “Sofri um acidente em serviço e por dois anos fiquei acamado. Foram três cirurgias e todo tratamento médico pago com meu dinheiro. Na Polícia ninguém me apoiou. não tive acesso ao Hospital, que deveria ser nosso, nem recebi nenhum tipo de ajuda durante a recuperação. Hoje sou portador de deficiência física degenerativa” disse o soldado emocionado.

O vereador Franklin Capistrano (PSB), falou de sua experiência como psiquiatra atendendo policiais vítimas de estresse. Como sugestão disse que deveria existir um serviço de apoio psicossocial em todos os quartéis da cidade, pois é “fundamental para humanizar o serviço da PM”.

Sargento Regina explicou que o objetivo principal da audiência, realizada através da Comissão de Direitos Humanos, Trabalho e das Minorias, não foi apenas levar ao conhecimento dos vereadores e da população o problema na área psiquiátrica, mas também mostrar a todos a situação de descaso que o Comando tem com a tropa.

“Não podemos mais permitir que haja reserva de vagas no Hospital da Polícia. Não é possível que nos dias de hoje ainda sejamos submetidos a um regimento arcaico que só nos humilha. Precisamos ser ouvidos para que essa situação não se agrave ainda mais”, disse a vereadora.

Após quase cinco horas a audiência foi encerrada mas, seguindo a sugestão dos demais vereadores presentes, será marcada uma nova data para conclusão do debate. Estiveram presentes participando do debate os vereadores Enildo Alves (PSB), Edvan Martins (PV), Ney Lopes Junior (DEM), Hermano Morais (PMDB), Júlia Arruda (PSB), Raniere Barbosa (PRB), George Câmara (PCdoB), Chagas Catarino (PP) e Albert Dickson (PP).

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