quarta-feira, 3 de junho de 2009

Vereador conta que votou ‘constrangido’ pela antecipação da eleição na Câmara

Política, JH Primeira Edição
Matéria publicada em 1º de junho de 2009

O vereador Ney Lopes Júnior (DEM) afirmou, em entrevista ao JH Primeira Edição, no último sábado, que votou "constrangido" pela antecipação das eleições da Câmara Municipal de Natal para o biênio 2011/2012 e que saiu "angustiado" da sessão anterior à eleição, quando foi decidido todo o processo. "Confesso que votei constrangido pela antecipação da eleição", admitiu ele. Segundo o parlamentar, a população certamente entendeu a iniciativa de antecipação do pleito como um golpe. "A impressão que passa é de golpe, porque todas as características foram de golpe. Mas acredito que, com o tempo, ficará comprovado que tomamos a melhor decisão para a Câmara", enfatizou Ney Lopes Júnior.

Para o vereador, infelizmente o processo de eleição da mesa diretora se transformou em força política. "O objetivo da mesa diretora é gerir, administrar a Casa. Por isso, um grupo decidiu que, diante do desgaste da Câmara, a melhor opção era tomar medidas que mudassem a imagem da instituição perante a população", revela.

O parlamentar afirmou que a única coisa certa é que a eleição não aconteceria no prazo correto e que de qualquer forma seria antecipada. "Existiam 'forças ocultas' atuando na Câmara. Não estou me referindo ao deputado Rogério Marinho, mas sim há uma situação vivenciada na Casa há décadas, que a transformaram em trampolim eleitoral direto ou indireto - como base para apoio político maior. Já havia rumores silenciosos de que haveriam articulações para a antecipação da eleição da mesa", revelou Ney Júnior.

Ney Júnior se diz contrário à antecipação da eleição e explicou que votou favorável para não deixar que a Câmara Municipal de Natal sofra a pressão das eleições de 2010. "A influência aconteceria pré ou pós-eleitoral. E com a eleição antecipada a Casa escapa dessa pressão. É uma questão de entendimento da maioria, desse grupo formado por 15 vereadores", declarou.

Autor do parecer favorável à eleição antecipada emitido pela comissão de Constituição e Justiça, Ney Júnior ressalta que o processo foi legal, porém revela que é defensor da revisão do Regimento Interno da Casa. "O parecer é dado com base na legalidade e constitucionalidade e não existe nenhuma legislação que impeça a antecipação de eleição. A comissão não entra na questão do mérito, da moralidade, como acontece no julgamento popular. Por isso, um dos compromissos que pedi ao presidente eleito Edivan Martins (PV) é que ele forme uma comissão para a revisão do Regimento Interno, que é o coração da Casa", disse o vereador.

O vereador democrata afirmou que nunca declarou objeção a nenhum parlamentar que quisesse assumir a presidência da Câmara. "Eu e alguns colegas dissemos que o ideal era que o presidente não tivesse o nome envolvido na Operação Impacto. O ideal não foi possível e dentre todos os candidatos, o vereador Edivan Martins foi o único consenso por diversos fatores. Estávamos entre a cruz e a espada e não poderíamos ficar em cima do muro. Votei nele de maneira consciente", declarou.

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