Matéria publicada em 5 de agosto de 2009
Por Allan Darlyson

Alberto Leandro

Confirmada sua permanência na relatoria da Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos medicamentos, o vereador Albert Dickson (PP) entregou, ontem, aos demais membros da Comissão, algumas ponderações feitas por ele para que os vereadores possam analisar o material e contribuir com o prosseguimento do relatório sobre as irregularidades na aquisição, distribuição e acondicionamento de remédios pela prefeitura de Natal, nos anos de 2007 e 2008, quando Carlos Eduardo Alves (PDT) era prefeito da cidade.
Acusado de ser proprietário de clínica que prestava serviços para a prefeitura e teve contrato renovado recentemente, sem licitação, o vereador disse, em plenário, na sessão de ontem, que era sócio minoritário da empresa até 2008, quando deixou o grupo devido à sua eleição para a Câmara Municipal. Os parlamentares de oposição, que queriam o afastamento do relator, calaram-se diante da explicação dada por Dickson.
De acordo com o vice-presidente da CEI, Ney Lopes Júnior (DEM), os parlamentares da Comissão não cogitaram, em nenhum momento, a substituição do relator. "Isso foi um jogo político para tentar descredibilizar, sem sucesso, o trabalho da CEI. Os membros (da Comissão) possuem capacidade para a função que estão exercendo. Albert Dickson, além de médico, é auditor fiscal e tem todo o respaldo para ocupar a função", destacou.
Ney Júnior disse ao CORREIO DA TARDE, na manhã de hoje, que a parte do relatório enviada por Albert aos vereadores correspondem a dados sobre notas fiscais e depoimentos tomados pela CEI. "Algumas análises, ele (o relator) pediu para que não fossem divulgadas, com o objetivo de não prejudicar o prosseguimento das investigações. As ponderações que ele nos forneceu são para que façamos observações que possam contribuir com o relatório", explicou.
‘Relatório só será concluído depois da decisão judicial’, diz Ney Júnior
O vice-presidente da CEI lembra que o avanço na redação do relatório das investigações não pode ser confundido com conclusão final, pois, segundo ele, o depoimento do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), é fundamental para o término no inquérito.
"Temos documentos que provam que o ex-prefeito sabia das irregularidades, informadas por um relatório enviado a ele pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), então ele precisa explicar à CEI o que ocorreu após o recebimento desse relatório", afirmou o vereador.
O democrata ratificou que o relatório final das investigações só será entregue após a decisão do Tribunal de Justiça do rio Grande do Norte (TJRN) sobre a obrigatoriedade do depoimento de Carlos Eduardo. "Vamos conversar com os procuradores da Câmara para que eles possam argumenta com a Justiça a importância dessa decisão ser tomada o quanto antes", informou.
A CEI dos medicamentos já ouviu 38 pessoas, entre servidores, ex-cargos comissionados e representantes de empresas terceirizadas. A previsão era para que o relatório fosse concluído ainda no mês passado. No entanto, com a demora na decisão da Justiça sobre a obrigatoriedade do depoimento do ex-prefeito, não existe previsão para o final do inquérito.
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