terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Bate papo de final de ano

Opinião, Diário de Natal
Nota publicada em 27 de dezembro de 2009

Ney Lopes
Jornalista, advogado e ex-deputado federal

Um dos poucos leitores habituais aos domingos desse canto de página demonstrou o desejo de conhecer o que penso sobre alguns temas. Sem identificar-se, enviou-me as perguntas por email.
- 2009 lhe deixa recordações?
A graça de ter vivido mais um ano já é a melhor recordação.
- E 2010? Voltará a ser candidato na eleição?
Ser ou não ser candidato é sempre uma hipótese. Depende de circunstâncias. Não negarei a vocação política, de lutar pelo interesse público. Farei isto, sendo ou não candidato. Até o final da vida.
- O "feitiço" de Lula elegerá Dilma presidente do Brasil?
Difícil prever. Até porque, às vezes o feitiço acaba virando contra o feiticeiro.
-Será dura a parada entre Iberê e Rosalba para o governo?
Não se ganha eleição de véspera. São dois candidatos com vida pública e experiência. Em 2010, as idéias e propostas valerão muito. O povo está de olho aberto!
- Como político, qual o maior problema social do RN?
O desemprego. O salário mais baixo é nãoganhar nada. O desemprego gera problemas de segurança, saúde, educação... Se fosse governante, a minha preocupação central seria ofertar emprego e oportunidades para o maior número de pessoas.
- Perdi um sobrinho em Natal, vítima de latrocínio. Há solução para a segurança pública?
Há solução. Não há milagre. Mudar a lei e punir com severidade. Na defesa dos direitos humanos da vítima e do delinqüente, fico com os da vítima. Valorizar o trabalho da Polícia é outro ponto importante. Muitas vezes se vê o bandido correndo atrás da polícia para acusá-la de excessos. As situações se invertem. E os excessos do marginal como ficam?
- Delinqüência é sinônimo de problemas econômicos?
Tomada essa afirmação ao "pé da letra", por que há ainda tanta insegurança, se a bolsa família distribui dinheiro em espécie com os carentes? Afirmo sempre, que o pobre não rouba, nem mata. A delinqüência é um instinto de perversidade, que a sociedade deve combater com rigor.
- No Brasil há leis em excessos, ou faltam leis para combater acorrupção?
Leis em excesso é tão negativo, quanto a falta de leis. A questão é ter leis eficazes. O cidadão exige resultados. Como canta Jackson do Pandeiro: esse jogo não pode ser um a um. Ou ganha à cidadania, ou o corrupto. Esta é questão.
- Foi justo o prêmio Nobel da paz para Obama?
Acho que não. O Presidente Obama é um vendedor de esperanças. A realidade tem lhe mostrado a complexidade dos problemas mundiais. Vejam-se as suas posições vacilantes em Copenhagen (resistiu ao acordo global), no Afeganistão (aumentou o número de soldados) e em Guantánamo, quando trocou seis por meia dúzia.
- Desculpe, mas vou lhe fazer uma pergunta indiscreta. O senhor combate as oligarquias políticas e por que colocou o seu filho - Ney Jr - na política?
Não tenho oligarquia para transferir ao meu filho. Tenho apenas uma vida pública, que honrou a confiança popular. Ney Jr está na política por vocação, como eu sempre estive. Em um ano transformou em leis municipais de Natal mais de dez projetos. Para continuar terá que mostrar serviço e resultados concretos ao eleitor.
Ponto final. Apenas, um bate papo de final de ano. Feliz 2010 para todos!

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