Ney Jr. é destituído da vice-liderança

Correio Político, Correio da Tarde
Matéria publicada em 16 de dezembro de 2009


Ney Lopes Jr. se detendeu com seu colega de bancada Enildo Alves

O vereador Ney Lopes Júnior (DEM) não é mais o vice-líder da prefeita Micarla de Sousa (PV) na Câmara Municipal de Natal (CMN). O parlamentar foi destituído do cargo ontem, na sessão plenária, após discussão com o atual líder da prefeita, o vereador Enildo Alves (PSB). Em entrevista ao CORREIO DA TARDE, na manhã de hoje, Ney Júnior disse que até poderá permanecer na base, mas sem seguir a orientação de Enildo.

O impasse ocorreu depois que Ney Júnior tentou votar o Projeto de Lei que trata da concessão de auxílio-transporte para servidores públicos do município, de autoria da vereadora Sargento Regina (PDT), em regime de urgência, como havia sido definido no requerimento aprovado pela Casa. Alegando que o projeto não estava incluído no requerimento de urgência, Enildo excluiu o projeto da votação.

Enildo Alves acusou Ney Júnior de ter falsificado o parecer, que também autorizava a votação de 7 mensagens do executivo em regime de urgência. Em resposta, o democrata disse que se existir qualquer irregularidade na tramitação da proposta, renuncia ao cargo de vereador e desafiou o pessebista a fazer o mesmo caso seja provada a legalidade do documento.

Após a ordem de Enildo, membros da bancada governista retiraram a assinatura favorável à tramitação de urgência para o projeto, que havia sido lido em plenário, antes de ser incluído entre as matérias em processo de urgência. Ney Júnior reagiu e disse que o líder da prefeita não orienta a base por interesses públicos, mas sim de acordo com seus objetivos pessoais.

“’Para ser vice-líder de um ditador, vereador submisso, que não tem opinião e só faz o que o Executivo quer, eu não quero. Se Micarla quiser, eu me retiro da bancada governista. E digo a vossa excelência, se tiver uma votação secreta para líder, vossa excelência só terá o seu voto”, disse o democrata, durante a sessão.

Ney Júnior disse que, ao excluir o projeto de Regina da pauta de votações, o Regimento Interno da Casa foi quebrado. Segundo ele, depois de aprovado um requerimento não seria possível voltar atrás. Agora, o projeto que trata do auxílio transporte para servidores municipais precisa de um novo requerimento para ser levado a plenário. Provavelmente, a votação só acontecerá no ano que vem. A atitude do líder da prefeita revoltou os servidores.

O vereador do DEM pode ser o segundo a deixar a base da prefeita pelo mesmo motivo. A relação autoritária de Enildo já foi responsável pela saída do vereador Luis Carlos (PMDB) da bancada governista.