Regional - Capa, O Mossoroense
Matéria publicada em 09 de abril de 2011
NATAL/AREIA BRANCA - A estrutura atual do Porto de Natal, do Terminal Salineiro de Areia Branca e os impactos socioeconômicos, bem como a questão da remoção da comunidade do Maruim, foram os temas da audiência pública realizada ontem na Câmara Municipal do Natal e a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
O evento foi realizado na sede do Palácio José Augusto para discutir as questões que envolvem a ampliação do sistema portuário no Estado.
A proposta partiu do vereador Ney Lopes Júnior (DEM) e do deputado estadual Hermano Morais (PMDB).
O vereador destaca a importância do encontro, onde afirmou que a classe política precisa unir forças para inserir o Rio Grande do Norte no âmbito do desenvolvimento econômico.
"A intenção da audiência não foi apenas de diagnosticar problemas, mas apontar as soluções de curto e médio prazos", explicou Ney Lopes.
O parlamentar acrescentou ainda, que a discussão evidenciou as vantagens de potencializar o Porto de Natal e também como o transporte portuário pode atender a economia local.
Para a discussão foram convidados os representantes da Universidade Federal do Rio Grande Norte (UFRN), do Governo do Estado, da Prefeitura do Natal, dos poderes Legislativos municipal e estadual, da Companhia de Docas do Rio Grande do Norte (Codern), da comunidade do Maruim e também entidades do segmento empresarial, como Federação das Indústrias (Fiern), Federação do Comércio (Fecomércio/RN) e Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal (CDL).
Companhia Docas avalia construção de complexo
A discussão chega no momento em que a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) está avaliando junto ao Governo do Estado a viabilidade de construir um complexo portuário em Natal, à margem esquerda do rio Potengi.
O equipamento seria uma ampliação da atual estrutura do Porto, demandaria um investimento R$ 1,2 bilhão e ocuparia uma área de 8,5 quilômetros quadrados, em frente ao atual terminal portuário, administrado pela companhia. Há, porém, pendências a ser resolvidas para que o projeto possa sair do papel.
A proposta é montar o complexo em frente à atual estrutura do Porto de Natal. Um dos grandes desafios a serem vencidos é convencer o poder público e a sociedade de que o local proposto é o único possível para abrigar a ampliação do Porto de Natal.
Isso porque haverá degradação de uma área de mangue e a obra só será possível se a governadora do Estado emitir um decreto, declarando que o local pretendido é um terreno de utilidade pública, para construção do porto por falta de alternativa de localização. Além disso, será necessário apresentar um projeto de compensação ambiental.
De acordo com o diretor técnico-comercial da Codern, Hanna Safieh, a área é cobiçada porque o rio Potengi apresenta condições raras para abrigar um porto, que não são vistas em nenhum outro terminal portuário brasileiro. "Temos uma condição extraordinária, de águas tranquilas, que permite embarque e desembarque ágeis. Isso é uma riqueza incalculável", conta.
A ampliação do porto, utilizando a margem oposta a que abriga a administração da Codern, tem a intenção de atender à atual demanda do Rio Grande do Norte, melhorando a logística de escoamento da produção, em particular, relativa a itens comercializados com outros países.
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