quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Ney Lopes defende voto do filho vereador

Laurita Arruda
Nota publicada em 03 de setembro de 2011

Cara Laurita,
Embora em viagem ao exterior acompanho pela Internet o que acontece em Natal e no Brasil. Leio com assiduidade o seu conceituado blog e outras publicações.
Acompanhei declarações e comentários inseridos no seu blog sobre a posição assumida pelo meu filho, vereador Ney Lopes Junior, na recente votação da chamada lei dos postos.
A propósito de certas insinuações feitas devo esclarecer que o voto de Ney Lopes Júnior é integralmente a minha posição constitucional e jurídica.
O exemplo que dei a ele foi justamente dos meus mandatos parlamentares de deputado federal, que exerci com coragem e desassombro. Radicais no anonimato chegaram a colocar a minha fotografia em cartazes nas cidades do RN e em Brasília com a expressão “Procurado”.
Tudo isto, em razão de relatar e votar a favor da lei de patentes, atualmente exaltada e elogiada pelo governo do PT e reconhecida como incentivo aos cientistas e a pesquisa brasileira.
No caso da “lei dos postos”, a liberdade de iniciativa defendida pelas multinacionais tem limites definidos na própria Constituição.
Foi esse aspecto que o vereador Ney Jr preservou ao revisar o seu voto.
O jornalista Cassiano Arruda, em sua tradicional coluna “Roda Viva”, fez inteligente observação, no sentido de que talvez apenas dois supermercados – o Carrefour e o Extra – instalassem postos de gasolina em Natal. Aí sim haveria o risco claríssimo de cartel e “combinemos” de preços.
Note-se que a concorrência desleal não seria apenas com os postos já existentes na cidade, mas também com as demais redes de supermercados locais, razão pela qual o sr. Manuel Etelvino, proprietário do Nordestão, se manifestou contrariamente à legislação.
Por que os poderosos grupos de supermercados multinacionais desejam instalar postos exclusivamente na área contígua, ao lado das prateleiras onde vendem produtos de primeira necessidade?
A razão é que claramente desejam usar o consumidor como “isca” baixando, no início e eventualmente, centavos no preço da gasolina para, em seguida, compensar a perda de dinheiro na remarcação também de centavos nos preços do leite da criança, o feijão, o açúcar e a cesta básica.
Isto é justo? Isto é livre iniciativa, ou “armadilha” contra a economia popular?
Se os atuais postos praticam preços elevados, existe legislação e órgãos para fiscalizá-los, como aliás vêm fazendo.
Por que fica sob suspeita apenas quem revisou o voto para evitar lucros arbitrários de multinacionais e eliminação de concorrentes?
Quais teriam sido as razões de quem se posicionou em sentido contrário, também revisando voto?
Uns e outros, até prova em contrário, agiram por convicção pessoal, que deve ser respeitada.
É muito difícil a vida pública. Acho profundamente injusto denegrir a imagem do vereador Ney Júnior, que em menos de três anos já aprovou mais de 30 projetos de lei a favor da cidade de Natal e dos seus habitantes e tem agido com dignidade no exercício do mandato.
Discordar é democrático. Ferir com a lança da maldade é incompreensível.

Agradeço a publicação,
Cordialmente,
Ney Lopes

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