terça-feira, 13 de setembro de 2011

O dia que não terminou

Cidades, O Poti
Matéria publicada em 11 de setembro de 2011

Potiguares que testemunharam o terror do 11 de setembro relembram os momentos de aflição


Cenas dos ataques contra as Torres Gêmeas circularam o mundo

Um dia que entrou para a história. Esse foi o 11 de setembro de 2011. Há exatamente 10 anos pessoas de todo o mundo acompanharam, estarrecidas, um dos maiores crimes cometidos contra a humanidade. A dor que afligiu os americanos foi televisionada e, talvez por isso, reverberada entre nações. Entre os milhares que sofriam com perdas irreparáveis, dois potiguares: a cantora Marina Elali e o vereador Ney Jùnior. Ambos foram aos Estados Unidos para estudar e voltaram com relatos fortes.

"Quando acordei e liguei a televisão vi aquelas cenas que fiquei perplexa, não podia acreditar, até hoje nem gosto de ver, lembrar, a cidade ficou completamente deserta, não tinha ninguém na rua, foi assustador, ninguém sabia o que acontecia", conta Marina Elali. Na época ela fazia faculdade de música, em Boston. Após entrar de férias da faculdade no dia anterior aos ataques, ela já estava com passagem de volta a Natal, marcada para o dia 12, aonde viria passar as férias com os familiares. O fechamento dos aeroportos depois dos ataques impediu Marina de viajar no dia seguinte.

"Quando fecharam o aeroporto de Boston foi um horror, ninguém podia viajar e tive que ficar mais de uma semana sem poder sair da cidade", recorda. Marina morava perto do prédio mais alto de Boston, o Prudencial, que era tido como um dos pretensos alvos dos ataques terroristas e que levou as autoridades a evacuarem o prédio e também aqueles que moram nas proximidades. Todos passaram a ser suspeitos de envolvimento com terroristas. A polícia tinha informação de que membros dos grupos terroristas haviam se infiltrado nas universidades e todo mundo passou a ser abordado por policiais da FBI, sobretudo os de origem árabe.

Segundo ela a tensão era ainda mais forte entre os descendentes de árabes que precisavam viajar. "Quando liberaram o aeroporto, por uma questão de segurança, todos descendente de árabe assim como eu, tinham que se submeter a um monte de questionamentos". O trauma foi tão forte que Marina Elali simplesmente deixou de ver televisão no período, aquelas cenas a incomodavam.

Proximidade e momentos de tensão

Perplexidade, medo e muita tensão, não apenas nos 70 países que estavam representados nas vítimas fatais, mas no mundo inteiro que parava diante da tragédia que se abateu sobre Nova York e Washington. A 3km do Pentágono, na capital estadunidense, um potiguar que cursava mestrado, viveu momentos de tensão.

O hoje vereador de Natal, Ney Lopes Júnior, então com 27 anos, estava na faculdade quando o professor ministrava aula através do site da CNN. "No meio da aula, o site deu atualização e apareceu a notícia de que o primeiro avião havia colidido com as torres gêmeas. Ficamos em dúvidas se tinha realmente acontecido aquilo ou se o site havia sofrido um ataque de hackers. O clima ficou tenso na universidade e alguns minutos depois o site já anunciava o ataque do segundo avião e que os Estados Unidos passavam por um ataque terrorista", relata.

Depois disso, a polícia norte-americana determinou que todos os cidadãos deixassem o prédio da faculdade, estabelecendo um clima de terror porque havia a especulação de quea próxima cidade seria Washington. Nesse meio tempo, Ney Júnior conta que os estudantes tiveram a notícia de que Pentágono, havia sido atingido pelos terroristas e que os próximos alvos seriam a Casa Branca e locais com grandes aglomerados de pessoas. "A orientação era de que todos fossem para a residência e se abastecessem de água e mantimentos", descreve Ney Júnior.

Ele recorda que todo o tráfego aéreo civil internacional foi proibido de desembarcar por três dias. Todas as aulas foram suspensas. As linhas telefônicas, internet e tudo foi cortado na cidade. "No dia ainda consegui falar uns cinco minutos com meus pais, mas depois paralisou tudo, que só veio a se restabelecer 10 dias depois", conta ele.

Saiba mais

Hoje, 11 de setembro, fazem 10 anos dos atentados às Torres Gêmeas e ao Pentágono nos EUA, ocorridos em 2001, numa destruição que abalou o mundo e só vista antes em filmes hollywodianos. Naquela manhã, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais a jato de passageiros. Os sequestradores intencionalmente jogaram dois aviões contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, matando todos a bordo e muitos dos que trabalhavam nos edifícios.

Ambos os prédios desmoronaram em duas horas, destruindo construções vizinhas. O terceiro avião de passageiros caiu contra o Pentágono, em Arlington, Virgínia, nos arredores de Washington. O quarto avião caiu em um campo próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois que passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle do avião, O total de mortos nos ataques foi de 2.996 pessoas.

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