domingo, 24 de maio de 2009

Presente de grego

Coluna Gangorra Urbana, Correio da Tarde
Notas publicadas em 12 de maio de 2009

Presente de grego
A prefeita de Natal Micarla de Sousa viaja para Brasília onde terá audiência com o Ministro da Saúde. Na pasta executiva da Borboleta segue um presente bem precioso para o ministro Temporão: o relatório que apurou irregularidades na central de medicamentos da secretaria Municipal de Saúde (SMS), objeto de audiência pública ontem à tarde na Câmara Municipal de Natal.

Sem dono
Pelo relatório elaborado pelos técnicos da saúde, encontrou-se 233 notas fiscais de vendas de medicamentos, totalizando-se mais de 4 milhões de reais e, em apenas uma delas, foi encontrada assinatura e carimbo de quem recebeu os produtos.

Mesmo dono
Inclusive uma das firmas que vendia medicamentos à Prefeitura também é proprietária do espaço onde se situava o almoxarifado. Ainda segundo o relatório, o recebimento dos medicamentos era feito por almoxarifes de uma firma terceirizada. De quem partiram as principais informações para compor o documento.

CEI
O relatório será objeto de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), proposta pelo vereador Ney Junior (DEM) e que deverá ser votada na sessão de hoje à tarde.

A comissão deverá ser presidida pelo vereador Hermano Morais (PMDB), Vice presidente vereador Ney Lopes, com relatoria do vereador Albert Dickson (PP). Sete votos serão necessários para a instalação da CEI. Mas, pelo andar dos discursos de ontem, a maioria superior a 14 vereadores deverá assinar a lista. A expectativa do vereador Ney Junior é de que durante essa semana seja instalada e definida as regras de funcionamento da Comissão.

Olho duro
O Ministério Público espantou-se com uma informação no relatório da Comissão de Sindicância da Secretaria Municipal de Saúde de Natal, que a SMS já possui um software de gerenciamento e distribuição de medicamentos, comprado na administração passada.

Muito embora o programa não esteja em implantação por questões técnicas, foi motivo de questionamento pelo procurador do Ministério Público do RN no Tribunal de Contas do Estado, Carlos Thompson, presente à audiência pública sobre os medicamentos vencidos.

Questionamentos do MP
Carlos Thompson quis saber porque o software não foi comunicado à prefeita de Natal e se no relatório houve a sugestão do município em copiar o exercício feito hoje na Unicat, do governo do estado, no que tange ao armazenamento e à distribuição de medicamentos.

Para Thompson, "medida essa que eliminaria por completo a necessidade de contratação de uma firma por 2 milhões e 400 mil reais".

Moeda eleitoral
Ainda de acordo com o relatório sobre os medicamentos da SMS, políticos e pessoas ligadas a políticos se beneficiavam dos medicamentos para suas campanhas.
Em uma das folhas do relatório é citada a denúncia de uma auxiliar de enfermagem de Pajuçara de que havia a distribuição de medicamentos para a campanha de um farmacêutico-bioquímico que era candidato ao Conselho Comunitário de Gramorezinho e Pajuçara.

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