domingo, 24 de maio de 2009

Relator afirma: "Mostraremos à população que essa CEI não vai acabar em pizza"

Capa e Política, O Jornal de Hoje
Matéria publicada em 16 de maio de 2009
Por Ivo Freire e Zhamara Mettuza - Editor e Repórter de Política



Crédito: Arquivo
Vereador, médico e auditor fiscal, Dickson anuncia: "Vamos rastrear as notas fiscais, descobrir os responsáveis e enviar o relatório para a Polícia Federal abrir inquérito"
A Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o caso dos medicamentos vencidos e mal acondicionados no depósito da Prefeitura de Natal será instalada na próxima segunda-feira. O relator da CEI, vereador Albert Dickson (PP), disse que os ex-secretários de Saúde Aparecida França e Edmilson Albuquerque serão chamados para prestar esclarecimentos e não descarta a possibilidade de o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves também ser convidado.

De acordo com o parlamentar, a primeira reunião dos integrantes da comissão está marcada para as 9h desta segunda-feira para que sejam definidas as ações de investigação. "O relatório da Prefeitura já comprovou a irregularidade, agora vamos rastrear as notas fiscais, descobrir os responsáveis e enviar o relatório para a Polícia Federal abrir inquérito. Mostraremos à população que essa CEI não vai acabar em pizza", afirmou Albert Dickson.

Dentre as irregularidades já apontadas no relatório produzido pela Comissão Especial de Sindicância nomeada pela prefeita Micarla de Sousa (PV) está a inexistência de livro entrada de mercadoria, não havia assinatura legível do funcionário que recebia os medicamentos nem data de entrada nas notas fiscais. "Para que não fosse constatado se a mercadoria tivesse sido recebida já com a data de validade vencida ou perto de vencer. Mas temos como checar isso, inclusive, pela passagem do caminhão no posto fiscal", informa o vereador.

De acordo com Albert Dickson, o relatório da comissão de sindicância mostrou, por exemplo, que mais de 500 mil comprimidos para pressão alta perderam o prazo de validade, 100 mil litros de remédios foram despejados no ralo, contaminando o lençol freático, e mais de 7 mil quilos de raticida não tinham nota fiscal. "Os prejuízos foram em torno de R$ 10 milhões", disse o vereador.

O líder da prefeita na Câmara, vereador Enildo Alves (PSB), disse estranhar o fato de o seu partido, embora sendo o de maior bancada na Casa, ter declinado da indicação de um integrante da CEI dos Medicamentos. Ele explica que não participará por ter alegado suspeição devido ao fato de ter sido secretário de Saúde na gestão da então prefeita Wilma de Faria, anterior à administração de Carlos Eduardo, e ser o atual líder da prefeita na Câmara. O presidente da Casa, Dickson Nasser (PSB) não poderia integrar a CEI e os outros cinco parlamentares da bancada pessebista não quiseram participar. Dessa maneira, a vaga do PSB foi ocupada pelo vereador Raniere Barbosa (PRB), ex-secretário de Serviços Urbanos da gestão de Carlos Eduardo.

Proposta pelo vereador Ney Lopes Júnior (DEM), a comissão obteve a assinatura de 16 parlamentares, enquanto eram necessárias apenas sete. A presidência ficou com o vereador Hermano Morais (PMDB), a relatoria com Albert Dickson, e como membros Ney Lopes Júnior, Raniere Barbosa e Paulo Wagner (PV).

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