sábado, 12 de setembro de 2009

CEI coleta informações em galpões

Investigação sobre desperdício de medicamentos na prefeitura já dura 15 semanas

Política, Diário de Natal
Matéria publicada em 1º de setembro de 2009
Por Octávio Santiago // Especial para o Diário de Natal


Enquanto o relatório final da CEI dos Medicamentos não fica pronto - a investigação dura 15 semanas - os vereadores membros da comissão realizaram ontem mais uma visita sob a justificativa de coletar informações que serão úteis para a conclusão do parecer. Desta vez, na companhia do Ministério Público Estadual e da secretaria municipal de Saúde, os galpões onde os medicamentos eram armazenados antes de seguir paras as unidades de saúde ou para incineração foram vistoriados pelos parlamentares. Na ocasião, a SMS anunciou que finalizou a quantificação dos remédios desperdiçados. Ao todo, segundo o levantamento, cinco toneladas de medicamentos foram jogadas fora e outros lotes, orçados em R$ 3,3 milhões, aguardam avaliação antes de chegarem aos postos.

Medicamentos foram encontrados vencidos no estoque da Secretaria de Saúde Foto: Ana Karina Castro/ Divulgação
Entre os prédios visitados, o galpão em que o Departamento de Material e Patrimônio da secretaria funcionava quando o escândalo foi deflagrado. No local, hoje, apenas lotes de remédios interditados. Situação semelhante a do espaço onde a empresa TCI BPO Ltda alojava os medicamentos do município antes da suspensão do contrato com a atual administração por parte do Tribunal de Contas do Estado. Já a Marquise, outra empresa, ainda abriga caixas e caixas de remédios prontas para incineração, material retido pelos vereadores até a conclusão das investigações. Sobre os remédios que esperam laudo de laboratório pernambucano para poderem voltar a circular nas unidades de saúde, a secretária Ana Tânia Sampaio informou que vai pedir agilidade na entrega do resultado, evitando, assim, que novos desperdícios sejam registrados.

Presentes na visita, os vereadores Hermano Morais (PMDB), Ney Lopes Jr., (DEM) e Albert Dickson (PP) lembraram que as cinco toneladas identificadas pela pasta, porém, dão conta apenas dos medicamentos jogados fora depois que o problema veio à tona, não correspondendo aos descartes realizados antes da deflagração do escândalo. "No relatório, que deve ficar pronto na próxima semana, vamos apontar todos os números", adianta Albert Dickson. O vice-presidente da comissão, Ney Jr., explica que o Ministério Público foi chamado para a vistoria por acompanhar de perto as investigações da CEI. Promotora da Saúde, Elaine Cardoso recomendou que a pasta relocasse os remédios que estão sob avaliação para um local que julgasse mais apropriado. O Tribunal de Contas, que apura o desperdício de medicamentos paralelamente, foi convidado pelos parlamentares, mas não compareceu a visita.

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