quinta-feira, 8 de abril de 2010

Câmara aprova auxílio-transporte

Política, Diário de Natal
Nota publicada em 07 de abril de 2010
Por Jussara Correia

Numa sessão conturbada na Câmara Municipal de Natal, com direito a agressões verbais entre os vereadores foi aprovado ontem, por 11 votos a nove, o projeto de lei que institui o pagamento em dinheiro do auxílio transporte dos servidores públicos. A mensagem foi enviada pela prefeitura há duas semanas, após um acordo entre representantes do Sindicato dos Servidores de Natal (Sinsenat) e a prefeita Micarla de Sousa (PV). Porém, esperava-se uma votação sem polêmicas, tendo em vista que as bancadas de oposição e situação pareciam unidas em favor do projeto. Mas, para surpresa dos servidores, que desde o ano passado lotam as galerias da Casa aguardando a votação, oito parlamentares da base e um da oposição ficaram contra a modificação no auxílio transporte. Seis mil servidores serão beneficiados com a mudança.


Vereadores divergiram sobre projeto na tarde de ontem, mas lei encaminhada pela prefeita teve maioria dos votos

Após o bate boca dos vereadores, a sessão foi suspensa e a pauta ficou trancada. Na tarde de hoje, os parlamentares devem votar, em regime de urgência, um outro projeto ligado aos servidores, que trata da data base. Por este motivo, os servidores que acompanhavam a sessão se revoltaram e saíram em passeata até a prefeitura, no intuito de pressionar a prefeita a orientar sua bancada. O projeto prevê a incorporação do auxíliotransporte à folha de pagamento dos servidores e foi proposto, inicialmente pela vereadora Sargento Regina (PDT), no final do ano passado. No entanto, numa sessão realizada na quinta-feira que antecede o Carnaval, a matéria foi derrubada.

Após entendimento com o Sinsenat, a prefeita concordou em atender os 18 pontos da pauta de reivindicações dos servidores e enviou à Casa, entre outras mensagens, a que trata do auxílio-transporte. Por este motivo, a vereadora Sargento Regina acreditava que o mal estar entre alguns vereadores estava superado, mas já no início da sessão de ontem, observou-se o clima ríspido nos pronunciamentos dos vereadores Ney Lopes Junior (DEM) e Enildo Alves (PSB), que desde o ano passado trocam provocações por causa desse projeto. Aliás, o parlamentar democrata chegou a ser destituído da viceliderança da prefeita, supostamente, por ter se posicionado a favor do auxílio-transporte. "Por ironia do destino eu retorno a esta tribuna para tratar de um tema que já foi exaustivamente debatido. Mas estamos diante de uma mensagem da prefeita. Perdi a vice-liderança e não perdi a dignidade", disse Ney Junior.

O vereador Enildo Alves chegou a entregar a liderança na Casa, mas, segundo ele, a pedido da prefeita, permaneceu no posto. Na sessão de ontem, ele sustentou seu voto contra o projeto e disse que não seria incoerente. "Me senti enganado. A prefeita foi chantageada pelo Sinsenat, e diante das possibilidades de greve, ela se sentiu pressionada e fragilizada, por isso atendeu às reivindicações", argumentou.

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