Política, NoMinuto.com
Matéria publicada em 25 de maio de 2009
Os depoimentos à Comissão Especial de Inquérito sobre aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos pela secretaria municipal de Saúde, tiveram continuidade na tarde desta segunda-feira (25) na Câmara Municipal de Natal. Cinco servidores prestaram esclarecimentos sobre a gestão dos medicamentos na antiga administração, alguns confirmaram o recebimento de medicamentos irregulares.
O primeiro a depor, Adriano Lima Felipe, almoxarife, informou que o seu trabalho era receber o material, fazer a conferência e repassar as notas fiscais ao chefe do Setor de Abastecimento de Medicamento Odontológico e Laboratorial (SAMOL), Fabio Brennand, porém nunca aceitou medicamentos vencidos ou prestes a vencer.
“Posso afirmar que nunca recebi medicamento vencido. Mas o comando do setor era do Fábio, responsável pela compra, recebimento das notas e autorização para encaminhar os remédios ao galpão. Agora, uma vez, cheguei a recusar o recebimento de um caminhão com medicamentos com validade próxima a vencer”, lembra Adriano Lima.
Já o almoxarife José Pergentino Júnior confirmou ter sim recebido notas fiscais sem os medicamentos, além de remédios com prazo de validade vencido ou a vencer.
José Júnior disse ainda que Fabio era bastante autoritário e ressaltava que se eles se recusassem a receber os medicamentos poderiam perder o emprego. “Tudo era de conhecimento dele”, destacou.
Outro fato questionado pelos membros foi a presença do marido de Maria da Conceição, Marildo Teixeira, na chefia de finanças. A depoente não fez declarações que pudessem comprometer a gestão anterior.
Daniel Araújo Coelho, farmacêutico do SEMOL que trabalhou em conjunto com o Fabio Brennand, disse que todo medicamento era averiguado, apenas uma vez, presenciou o descarte de remédios, mas não era algo comum, pelo menos, no turno que trabalhava.
Mesmo assim, Daniel voltou a ressaltar que havia uma averiguação dos medicamentos, inclusive, ele mesmo comunicava quando observava que o lote ultrapassa os 20% permitidos no tempo de validade do produto. “Já escutei o chefe do setor solicitando o retorno de medicamentos”, disse ele.
Porém, o farmacêutico destacou que o chefe do SEMOL, Fabio Brennand tinha todo o acompanhamento destes medicamentos no seu computador pessoal. “Só ele tinha acesso, e trabalhava mais no seu computador. O que ele precisava e estava nos nossos computadores ele repassava para o seu”, lembrou Daniel Coelho.
Na próxima segunda-feira (1º) os depoimentos serão retomados, a lista dos depoentes ainda não foi divulgado. Ao final dos trabalhos, os membros da Comissão, formada pelos vereadores Hermano Morais (PMDB), Albert Dickson (PP), Ney Lopes Junior (DEM) e Paulo Wagner (PV) se reuniram para formalizar um relatório diário.
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