Matéria publicada em 16 de julho de 2009

Ney Lopes Jr., membro da CEI dos Medicamentos, fala sobre decisão de desembargadora
A desembargadora substituta do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), Maria Zeneide Bezerra, avaliou, nessa manhã, como legal a argumentação que sustenta o pedido da Procuradoria da Câmara Municipal de Natal (CMN) para que o ex-prefeito da cidade, Carlos Eduardo Alves (PDT), seja obrigado a depor na Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos medicamentos. No entanto, anunciou que antes de julgar o pedido de mandado se segurança, impetrado pela Casa solicitando força judicial para a intimação do ex-gestor, dará oportunidade para que Carlos Eduardo possa explicar o motivo de suas ausências, nas duas vezes em que foi convocado.
Diferentemente do juiz da 5ª vara criminal, Ivanaldo Bezerra Pereira dos Santos, que considerou inconstitucional a medida cautelar pedida pelos vereadores com essa mesma finalidade, a Maria Zeleide Bezerra não viu ilegalidade na reivindicação dos parlamentares que compõem a investigação.
A desembargadora explicou que não julgou o mandado de segurança com urgência, como queria a CEI, porque os vereadores ainda têm mais 60 dias para concluir os trabalhos. Sendo assim, ela preferiu ouvir a outra parte do caso, para, só então, emitir parecer sobre a solicitação da Casa Legislativa.
As informações são do vice-presidente da CEI, vereador Ney Lopes Júnior (DEM), que informou, em entrevista ao CORREIO DA TARDE, nessa manhã, que a juíza tinha dois pré-requisitos para julgar o recurso da Câmara, a qual recorreu ao TJRN depois de ter seu pedido indeferido pala vara criminal comum.
“Os dois pré-requisitos utilizados pela Justiça são: a ‘Fumaça do bom direito’, considerado procedente nos termos legais pela desembargadora, e o perigo da demora, indeferido por ela devido ao tempo que ainda temos para concluir o inquérito”, explicou o vereador, que também é advogado.
Agora, os vereadores esperam a citação do nome de Carlos Eduardo no processo para que ele apresente sua defesa, como informou que fará a desembargadora, e o julgamento definitivo do mandado de segurança solicitado pela Procuradoria da Câmara. Enquanto isso, garantiu Ney Júnior, o trabalho da CEI continuará sendo realizado, utilizando os depoimentos já tomados e os documentos obtidos para a continuidade do relatório.
A CEI investiga irregularidades nos processos de aquisição, acondicionamento e distribuição de medicamentos, por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nos anos de 2007 e 2008, período em que Carlos Eduardo era gestor do município. Já foram ouvidas 37 testemunhas. A expectativa era para que o relatório final da investigação fosse concluído no próximo sábado (18). Mas com a resistência do ex-prefeito em prestar depoimento, a previsão se estendeu para 18 de agosto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário