Política, NoMinuto.com
Matéria publicada em 19 de junho de 2009
Elpídio Júnior

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades no gerenciamento e descarte de medicamentos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ouviu o depoimento de dois engenheiros da Semov e do ex chefe do centro de zoonoses.
Walter Câmara, engenheiro da Semov, prestou esclarecimentos sobre as obras do galpão de armazenamento dos medicamentos. Segundo ele, a obra era fiscalizada diariamente.
O relator Albert Dickson (PP) questionou a quantidade de telhas listadas na planilha orçamentária, onde constava o retelhamento de um espaço de 10m² por 1.423 m². Segundo o relator, fisicamente não seria possível um espaço de 10 m² receber metragem superior. O engenheiro esclareceu que o galpão possui 2.400 m² e que o retelhamento foi feito não só no espaço de 10 m² como consta na planilha. “Houve um erro na redação dos itens na planilha. Como fiscal não tenho autonomia para alterar, no entanto o que fiscalizei atesto o retelhamento de 1.423 m²”, justificou.
Quanto à fiação, o relator expôs a retirada de 6.300 m sendo colocados 2.173 m. O engenheiro explicou que os fios retirados foram otimizados na reposição. Quando questionado sobre a sobrecarga gerada, Walter justificou que não tem como afirmar que existe erros no projeto elétrico e que só cabe a sua função fiscalizar a obra seguindo as orientações do projeto.
O antigo diretor do Centro de Zoonoses, Wiliam de Miranda Bonfim, em seu depoimento esclareceu a compra de 20 toneladas de raticidas entre outras questões relativas à função desempenhada. Segundo ele, o cálculo para compra é baseada em estudos técnicos da demanda solicitada. “Calculamos 100g de rodetecida para cada casa. Essa quantidade extermina em média cinco ratos. Existia uma demanda de 26 bairros em diversas localidades, além de creches e pedidos pontuais”, disse. Segundo o veterinário a compra não foi excessiva, pois havia sido calculada para dois anos.
Sobre a perda de sete toneladas de raticidas por vencimento, Wiliam explicou que logo após a compra o Ministério do Trabalho havia proibido o desvio de função dos agentes públicos. “Essa determinação dificultou bastante o trabalho. É lamentável a perda de grande quantidade dos raticidas”, concluiu.
A CEI dos Medicamentos - cujas atividades se iniciaram no dia 18 de maio - já realizou um total de 11 sessões de depoimentos.
A CEI é formada pelos vereadores Hermano Morais(PMDB), presidente da Comissão, Ney Júnior (DEM), vice-presidente, Albert Dickson(PP), relator e os membros Paulo Vagner (PV) e Heráclito Noé (PPS). A sessão foi acompanhada pela Promotora de saúde, Elaine Cardoso. O prazo para o término das investigações é de 120 dias podendo ser prorrogado por igual período, no entanto os parlamentares pretendem finalizar os trabalhos até o dia 30 de julho.
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